quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Por que a vida dividida?




Desesperava o pensamento do dia. Queria sufocar a verdade. Matar a dualidade do corpo. Aquela moça que chegou de cara triste e coração fechado. Não se parecia muito com sua vontade de viver. De repente a vontade de ver o céu misturar-se de azul e amarelo. Andava por aí tão leve. As pernas escorriam feito rio para o encontro proibido. Tão bom estava conversar com seu amigo próximo mas distante. Seu corpo não queria mudar o roteiro. Resistia à poesia que a vida queria lhe dar.Lembra-se bem que a história não tem final feliz. Mentir de novo? Não! Todo dia tentava esconder de si seu segredo. O rio contiuava a correr e a ver o olhar e o sorriso doce da moça de coração fechado. A música já não era mais só sua.Por que não deixa sentir seu cheiro, seu gosto? Porque se estivesse aqui acalmaria seus dias divididos. Porque é tão bom se reconhecer nele. Porque até filho eles teriam. Por que a vida dividida?


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Distância


Esquecer, não lembrar, fazer o tempo passar! Anos, anos e anos de conversas, encontros e desencontros. Trocaram de namoradas, de roupa, de faculdade. Ouviram os dramas, as conquitas e a conversa besta de todo dia. Desvendaram almas e segredos. Perderam chaves, dias, dinheiro. Jogaram tempo pela janela. Foram generosos. A conta do banco negativa. O dinheiro para o pastel. Engoliram dores e amores. Uma rua para atravessar. Um estado. Pessoas, dias, minutos que compõem intervalos. Uma mão. Dois corpos. Um cheiro. Um gosto. Misturaram-se. Gostaram-se. Gozaram. Amaram. Viveram! Mas o tempo, a rotina, o trabalho, o estudo, o dinheiro, os amores. A vida dividida. Os prazeres, os desgostos, os compromissos, as lágrimas. A pele!!! A janelinha piscando... segunda, terça, quarta, quinta, sexta... E a tristeza mansinha que chega quando o trabalho dele acaba.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O curso que não fiz

Descobri no blog da Regininha, um dos meus preferidos, que no SESC tem uma oficina de formação para escrita literária. Como sou super curiosa com o assunto, decidi que iria tentar. No caminho desses pensamentos todos, achei melhor deixar pra outra hora. Do jeito que minha vida anda corrida, podia ser que eu nem aproveitasse o curso e ele se tornasse apenas mais uma das minhas obrigações.
Enfim, quem sabe quando o caos do mestrado diminuir, eu tente. Mas isso não impediu que eu me aventurasse um pouco em um dos exercícios pedidos para a inscrição... e aí o resultado da tal biografia literária em aproximadamente cinco linhas! (AINDA VOU FICAR SEM SABER SE ELA É LITERÁRIA).
Já nasci com nome pretensioso. Alegria. Escondida a sete chaves. Se subisse em árvore tinha medo de descer. Virei mulher do padre. Crescia esparramada e teimosa. Faz assim! Não fala alto! Não pode! Resolvi me procurar nessa menina tão distante de Letícia. Dei de cara com um monstro esquisitinho, desengonçado e muito eufórico. Desde então minhas duas verdades dançam por aí. Misturam-se, brigam, refletem. E, por isso, às vezes, dá uma saudade da chave.