terça-feira, 29 de abril de 2008

Romance adormecido


A fantasia que fez ainda fala. Grita em seus ouvidos e faz voar pensamentos. A proximidade das lágrimas não a empurra, balança-na! A enxuradada dolorosa em que viveram seus penamentos pulsam descabeladamente. Ah... aqueles dragões que nada tinham pra fazer. Levanta da cama para ressucitar a poesia infinita que inventaram. Vive de recriar antigas metáforas. Não quer mais olhar sem sentir. Mas fala! Desesperadamente! GRITA! Suspira a volta daquilo que aprenderam a fazer brilhar. Todos os dias devora-se para encontrar o que restou. Mas se desespera com medo de não mais nomear seu amor. Acende e apaga o fogo. Vive da chuva que tenta secar. Não quer mais brincar com o orgulho. Apenas passeia delirantemente dentro do seu romance adormecido e insiste para que alguém lhe tire para dançar.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Belém


Cheiros que vem daquele verde. Aquele lugar grande do mapa, sabe? A excentricidade faz do doce mais picante e do salgado mais excitante. 3 horas. Mar de água enfeitiçada de realidade. A cabeça fervilha em um olhar mais atento. Sente-se tão parte desse país. É, esse mesmo, que Jesus achou muito engraçado lhe mandar. Curupira, boitatá, caipora tomaram vida. Despertam os poros. Fazem ver o enegrecido pelo fogo. Terra que transpira apetite. O novo, que não é novo, fez tansformar. Um novo que já não é tão seu. A reprodução de espelhos desfaz realidades, explode os estigmas. A chuva faz viver sua dança, sua alma. Tão sua e tão monstruosa. Tão doce e tão cruel. Vomita verdades pelos cantos. Estilhaça vidraças impenetráveis. Mas ainda lha custa tanto deixar esse filho nascer. Quem sabe seja de lá que vem o que faltava...

Conto Beira de Rio


Açaí. Beira do Rio. Mil homens! Mil Homens! Mormaço que eleva à máxima potência. Olhos se fitam. Mil homens! Enfeitiça com um sorriso flutuante. Gente do Norte. Tão mais ensolarados. Vive-se no momento da perfeição maior. Guria que ainda congela com medo do prazer. Bacuri. Chuva, chuva. A mágica dos corpos quentes. Aiai.. e aquelas bolas de gude que mais parecem miragem. O real do imaginário. Tola. Deslumbra-se com um estalo bem dado. Que menina sem rumo! Vai com o vento. Seu corpo dilui-se no Guamá. Quem sabe um boto a tenha seduzido. Que essência usar para desfazer o feitiço? Do norte ao sul ela sempre tropeça nas mesmas dúvidas. Desvia-se das mesmas verdades. Alegra-se infinitamente com uma noite flicts. Vida vida. Se não chamasse.......... chamaria-se euforia.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Chopp, Beatles e Búzios.




Um moço de mochila. Era bem cedo quando trocaram o primeiro bom dia (que não devem ter passado de cinco na história)! Um desencontro.Ele, um ano triste na Ilha ensolarada. Ela, doze meses felizes na cidade cinza. Antecipadamente separados pelo tempo. Felicidade de piscar de olhos.Olhares rápidos. Sala de aula. Estado de exceção. Especismo... Chopp, beatles e búzios. Degrau, meio-fio, escada. Acreditavam que se eles não tinham sido feitos um para o outro, o mundo tinha se encarregado de se adaptar a eles. Viveriam felizes para sempre. Mesmo que o sempre durasse 36 horas. Foi assim! Borboletas e revolução. Os vinte centímetros que antes não faziam sentido. O estado que não existia. Papéis picados afogando a moça. Baldes e baldes coloridos de tinta no cenário de suas vidas. PUF!! A luz apagou. Trânsito, trabalho e todas as mil maravilhas do mundo moderno. As palavras já não eram suficientes para preencher a cama. Freneticamente ansiava por aquele som. Por dias e dias deleitava-se apenas na expectativa de conhecer aquela terra esquisita. Eternecia-se com a idéia de uma mochila tão cheirosa. O até logo dizia cada vez menos logo. Contava inocuamente os dias do calendário. Tic-tac, tic-tac. Chuva, sol. Frio, calor. As linhas cada vez mais paralelas. A mochila encontra um novo ombro. João que amava Teresa que amava Raimundo...


http://br.youtube.com/watch?v=2hG9PsqJGds