Às vezes ainda tem vontade de se esconder embaixo da mesa. O calor de casa lhe conforta. Queria desenhar um lugar só dela. Não sabe por onde começar o traço. Vacila com o lápis em cima do papel. Rabisca um pouco. Esquece um tanto a solidão. Aprendeu demais sobre seus prórpios olhos. É tão difícil fitá-los. As lágrimas pulam sem motivo. As águas sofrem tanto para alcançar o alto do morro. Se pudesse capturar uma única imagem escolheria aquela. O pé embaixo d'água. O tanque naquele jardim de vasos. A água escorre pela perna. Num tom abaixo da vida real. Gostara daqueles dias arrastados. A dor de por anos ter pregado uma peça em si mesma lhe tirava o sono. Pendurou as lágrimas no varal. Uma a uma ... sabia que secariam. A cicatriz não iria mais doer. De repente a vida chegaria de novo. Os tombos já tinham voltado. Nem sabia mais que cor combinava com ela. Gostava tanto da janelinha distante que lhe estendia um sorriso todos os dias. Queria a alegria daquela calça comprida. As cores podiam até variar, mas sabia que o sorriso nunca lhe faltaria. Agora tinha que desenhar a vida sem tirar o lápis do papel.
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