Dias de náusea. Amanhecia e contava as flores no quintal, os ladrilhos do banheiro, as tábuas do chão. O tic tac do relógio ... na mesma velocidade. A respiração cadenciada custava-lhe toda ansiedade. Um samba morreu. Ela morreu. Os pensamentos boiavam na piscina.
Ventilou o corpo com ternura. Aqueceu suas angústias na beira d´agua. Aquele amor de que tanto tinham lhe falado. Nasceu. Não aquele que ela dava em troca de suas cores.
Só ela sabe o quanto lhe perturbava o barulho ensurdecedor de seu passado. O silêncio famigerado dos amores não enterrados. Assim, decreta o fim dos assaltos. Impossível que levem dela o que nem tem. Nunca mais.
Promessa boba. Pronta pra ser quebrada. Feita exatamente porque sabia que não poderia ser cumprida. Mas foi a salvação. Rastreiam o céu. Ninguém podia saber. E se lhe contassem, ela não ouviria. Ela se reconhece, se conhece, se toca.
Finalmente descobre que se movimentar os olhos para aquele lugar, voltados naquela direção, verá milhares de estrelas. Como são bonitas. Brilha! O calor voltou para suas pernas. Achou aquilo que tinha perdido em uma aventura.
Tão jovem e tão esperta. Custou-lhe um par de anos pra saber que já conhecia seu próprio segredo. Embriagada pelo hálito daquela noite, destrancou sua verdade.
Ela não é uma novidade, nem um passado, apenas a vontade de pertencer a si mesma. O cheiro dos dias voltaram a ser só dela. Cansou de dividir pensamentos e roubar idéias. A pele ainda se cura de tantos machucados. Mas ela sabe que conseguiu colocar um ponto final.
Um comentário:
Cores novas! Tudo reformado por aqui! Eu gostei! E sim gostei da Clarice mesmo!!
Saudades!!
Bjão
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