sexta-feira, 23 de maio de 2008

O tempo: vampiro do homem


Saía devagar do torpor do sono. Pensava nas alternativas para aquele dia. Estudo ou sono? Um livrinho divertido ou cinema? De repente aquela voz que conhece desde que ainda nem tinha visto a luz do mundo lhe chamava. A notícia já era esperada, mas não podia ser mais triste. De repente o universo tinha virado a cambalhota que tanto ensaiara. E aquela gana de rasgar o bilhete que ganhara ao nascer. Não compreende muito bem o milagre da vida. Acreditar naquela historinha que tanto lhe contaram? Não conseguia mais. Pode ser que isso deixasse seu dia mais respirável. O ar entrava e saia, mas no meio do caminho parecia que se comprimia. Sabe-se lá quando é que vai resolver parar entre o estômago e a garganta... Ficará lá para sempre? As idéias se derretem como sorvete em dia de calor. Persistem por um segundo. No seguinte se esvaiem em um labirinto. A saga da não linearidade. Voltar para aquela dor que primeiro conheceu. Amedronta-se. Esqueceu como tinha planejado pintar a linha do seu corpo. Na verdade, não sabe mais se alguma coisa daquelas fariam-na suspirar em um sorriso. Esmaga-se na lembrança. Culpa-se pelo choro calado mas também pelo riso gritado. O que será que será? Se coxixassem o segredo daquela chavezinha em seu ouvido... Pode ser que seu amigo tenha muita razão ao dizer que pelo menos foi ele quem pagou as últimas duas garrafas de vodka naquela noite despretenciosa. O calor gostoso do gozo e o torpor do álcool ... AHHHHHHHH!

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, amiga da Luiza!

Obrigada pela visita; seu lugar também é ótimo; adorei o seu perfil: "meu corpo é residência para um monstro".

Sem dúvidas, Clarice entenderia o que a terapia não dá conta, rs!

beijocas!