Teve um tempo em que passarinhos deslizavam pelas ruas e de repente arrementiam em um vôo colorido. Eu passeava distraidamente, sem me preocupar com pequenas dores da alma. Pensei por certos momentos que o para sempre seria possível. Mas vieram dias, noites e o tempo. E, de repente, ao mudar a estação, um vento soprou tudo que existia de faz-de-conta na minha vida. Faz já uns dias, quem sabe meses ou anos... que ando por aí dispersa. Cruzo com olhares vazios que pouco me dizem. Falam tão pouco da vida. De repente em um instante armado cruzei com um par de bermudas que só podiam usar calças. E assim que mais uma vez tudo que é proibido tomou gosto de vento no rosto. Daqueles que fazem a pele corar e os olhos lacrimejarem. Meu corpo agora soluça, a voz some. Resta um desejo de felicidade. Contido. Mas com os olhos sempre verdes na esperança de que ele vista as bermudas. Entregue-se a uma outra vontade de viver daquele jeito que só duas mãos já souberam um dia.
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