terça-feira, 29 de abril de 2008

Romance adormecido


A fantasia que fez ainda fala. Grita em seus ouvidos e faz voar pensamentos. A proximidade das lágrimas não a empurra, balança-na! A enxuradada dolorosa em que viveram seus penamentos pulsam descabeladamente. Ah... aqueles dragões que nada tinham pra fazer. Levanta da cama para ressucitar a poesia infinita que inventaram. Vive de recriar antigas metáforas. Não quer mais olhar sem sentir. Mas fala! Desesperadamente! GRITA! Suspira a volta daquilo que aprenderam a fazer brilhar. Todos os dias devora-se para encontrar o que restou. Mas se desespera com medo de não mais nomear seu amor. Acende e apaga o fogo. Vive da chuva que tenta secar. Não quer mais brincar com o orgulho. Apenas passeia delirantemente dentro do seu romance adormecido e insiste para que alguém lhe tire para dançar.

3 comentários:

Anônimo disse...

sabe lê, hoje à tarde estava olhando a chuva pela janela e de alguma forma ouvi alguém dizendo que a vida nos pede pra deixar muita coisa viver... é preciso que percamos e deixemos.

é preciso viver, intensamente.


mariana

Anônimo disse...

É um prazer compartilhar contigo algumas frases na blogosfera. Vejo que tens um blog bem mais antigo que o meu inclusive. Além do mais, é uma boa forma de falar a partir de novos - digamos - eu-líricos. Além de ver o que é direito, aqui talvez haja um pouco de Médica, psicóloga, jornalista, etc (rs) ... Ainda não conhecia o teu lado poético. um beijão

@andrevendrami disse...

Tinha saudade e vontade de ler um algo novo. Procurava. Chegou ao blog da Lê. Leu. Viu que há algum tempo não o fazia. Gostou! Como sempre, de fato. "Como ela escreve bem" mais uma vez alguma coisa disse dentro de si. "Um dia ainda lerei um romance com seu nome. Lerei na minha edição autografada", imaginou. Sentiu mais saudades e fugiu.