segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Foi-se o tempo de menina...


Os olhos que queimam a moça, também fazem despedaçar aos poucos a vontade de sentir-se bem. O cheiro que lhe eterneceu deve sempre ser mantido à distância. Não importa o quão fresquinho e doce lhe pareça. Corpos que não precisam de encontros. Gente livre... Aprisionam pelo timbre da voz. A moça sabe que não pode desejar pedaços, fragmentos, restos. Continua a pulsar. O rio não se acalma mais. Parece hora de rasgar o papel da ilusão. O mar lhe engole, lhe suga. Deixar que a beleza cruel e trágica dos olhos andem por caminhos só seus. Eles não querem dividir seu brilho. A boca se recusa a gostar da outra. Dilacera, estirpa, mata. Não consegue se despedir. A dor, a mão, o beijo. 7 dias, muitas horas, risos e vontades. Engula o choro, moça! Foi-se o tempo de menina. Onde já se viu perder tempo com o amor?
Imagem: Senecio - Paul Klee

3 comentários:

oh my! disse...

sempre gosto!

um beijo na bochecha :)

Anônimo disse...

"A urgência se presta a dissimular a perda de significado que afeta nossas sociedades e se traduz, entre outras coisas, pela impossibilidade de se estabelecer uma representação de um futuro significativo, satisfatório e coerente". (AUBERT, citado por MONNOYER-SMITH,1998)


Nunca apareci e, acredito não voltar mas, esse texto me remeteu a ti.

Atenciosominuto, abraço, Rodrigo Q.

ZG disse...

Esse comentário é só pra pedir um post novo!
9 dias sem palavras-cimento é crueldade comigo.
Um Beijo Letícia :)