quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Castelos e lágrimas

Os castelos desmoronam um a um. Quer andar pelas ruas, não dançar. Os adultos andam com os dois pés bem firmes no chão. Não. Vive por aí tocando no lugar mais alto que pode. Cai, machuca-se e sente aqueles papéis picados subirem. O pranto doce escorre em gotas. Vê o futuro logo ali. Mas não sabe como deveria ser. Ele está embaçado. O reino do tão tão distante nunca se mostrou tão próximo. A realidade dos castelos tão vazias. Restaram os livros. Devora histórias, letras de música, poesias. Elas já estão ficando gastas e sem cheiro de tantas lágrimas. Cada uma chora um castelo. Assim passa mais um ano e os papéis continuam espalhados e brilhando. As borboletas do estômago mais uma vez são obrigadas a se calar. Quando elas poderão sair em festa como se fosse carnaval? O samba não quer devolver as cores. A dança sem público da vida que não pára de pedir mais música, mais corpo. Sim, ela quer dois pés para lhe fazerem companhia. Só a dança lhe preenche o vazio. Vermelho. Cinza? Vermelho! Cai devagar sem se limitar às barras estreitas.

Um comentário:

@andrevendrami disse...

e tu tens um blog e não me conta?
Adorei!
Queria ter um pra mim tb, mas os nomes todos que tentei dar já tavam ocupados e dai desisti heheh
Beijão amore!