terça-feira, 13 de novembro de 2007

Samba que devolve as cores

Lá de longe, escondida no despertar das paredes, como se deslizasse em um mundo de vaidades.O vazio se colore. Vermelho. Ela não pára. E a parede por vezes parece ao alcance das mãos. Etérea, volátil, viva. Contornos tênues, por vezes pretos, por ora pontilhados. Vermelho, muito vermelho. Lá de longe, no colorido, esconde-se no limbo. Não se tocam. Uma cabeça se infla, enquanto outra reflete. Do faz-de-conta vê-se a explosão. As cores se misturam. Arco-íris. Cada vez mais leve. A linha sobe firme, escura, una. Passos de tinta trilham um caminho. Carnaval. E elas explodem em sabedoria. Linha no teto. Direita, esquerda. Confetes maquiam a desilusão. Vermelho, rosa, branco, cinza. Estilete. Pinta parede de vermelho. Ciclo.Cambalhotas, risadas. Passos bêbados mancham vidas. Cores vivas, cores com lágrimas, cores que sangram. As mãos não param. O pincel não dá trégua. Volátil. Lúcida. Borram aplausos. Colorem pensamentos. Rabiscos. Espaço que jorra suspiros. Cores contam dores. Lugares cheiram amores. Ralo. Vermelho. Flores se desmantelam. Tempo. Pés encontram vozes. Cadeiras, mesas, obstáculos. Samba que devolve as cores.

Um comentário:

eu, meus livros e o mundo disse...

Uma amizade que surgiu de uma coincidencia... Coincidencia que virou certeza... Mesmo longe continuo a acreditar nas flores, as mesmas que sempre acreditei estarem em vc.
Beijos, mocinha!