O peito se enche de milhares de pedacinhos de papel picado. E eles brilham tanto quanto quando caem das sacadas em dia de festa. As borboletas batem suas asas e despertam um ponto que estava acomodado. Parece que ligaram o ventilador e eles não conseguem se comportar. A vida que já estava rosa, volta a ser vermelha. Os pedacinhos de papel parecem subir até a garganta. Ameaçam se espalhar. O vento tenta. Os papeizinhos vibram, as asas das borboletas são tão rápidas que nem se pode ver. O medo não deixa que os papeizinhos engasguem a moça. A estrada não consegue virar Alice. E o menino também não sabe se ainda quer uma daquela. Ele não sabe se quer que os papeizinhos todos se misturem e qualquer dia tenha que separá-los. Mas foi bem feito. Foi bem feito, e agora as borboletas entraram em catarse. Elas torcem pelo vermelho. Vibram para que os caminhos se encham de recortes. Elas querem que esses dois à toa montem o quebra-cabeça. Quem sabe os papeizinhos consigam, dessa vez, montar aquela história que a menina teima em inventar.
sábado, 24 de novembro de 2007
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