segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Busca do eterno vazio
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Madrepérola
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Maria era Maria de "sonhar"
Maria Vai com as Outras (Vinicius de Moraes)
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
O tempo
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Novidade
Imagem: A Mulher com Sombrinha - Kirchner
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Meu vô
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Didi, Nego, Dito, vô
Impossível ouvir uma banda tocar, em qualquer cidade do mundo, e não me lembrar imediatamente do vô Dito caminhando firme, porte de galã hollywoodiano e sorrisinho maroto escapando de lado, rumo ao palco de alguma solenidade oficial de sua querida Fartura. Sem o menor pudor de cair no clichê, confesso que conviver com meu avô foi um baita dum imenso privilégio. Assim mesmo, no superlativo. Desses privilégios que a gente precisa agradecer aos céus por ter caído no nosso colo.
Nem mesmo nos últimos dias por aqui ele perdeu a força, o jeito bem-humorado de levar a vida, o interesse pela cotação do preço do café e o cuidado com a família. Segundo dos cinco filhos de Tonica e Isaac, nascido no dia 17 de julho de 1925, irmão de Mariinha, Pio, Álvaro e Zezinho, pai de três homens e três mulheres, avô de 14 e, ufa, recentemente bisavô – ele, que tanto gostava de crianças, felizmente conseguiu curtir os primeiros sorrisos da pequena Lara. E mais: companheiro apaixonado de Dona Juvelina. Na vitória e na derrota, na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza. Amando e respeitando. Para sempre.
Vencedor, sim. Não só por ter sido eleito prefeito dessa cidade por três vezes, despachado com governadores de Estado, deputados, colegas prefeitos e vereadores; ou por ter deixado uma marca positiva para gerações e gerações de farturenses, do principal rival político à Maria – que num gesto impressionante fez questão de ajudar a carregá-lo até sua nova morada. (E só para registrar, qual político brasileiro consegue essa proeza hoje em dia?).
Enfim, vô Dito foi um vencedor porque amou muito e sempre será muito amado.
Lembro que, quando menina, adorava pegar no seu “muque”. Achava o máximo quando pensava que ele era bem mais forte que os avôs velhinhos das minhas amiguinhas! A cada reencontro, um frio na barriga, já que um de seus maiores prazeres era mordiscar o cocuruto dos netos. Ele simplesmente não resistia e a gente se resignava, afinal era tão bom estar pertinho do vô Dito de novo...
Ainda era bem pequena quando ele ensinou a mim e ao meu irmão a cantar as marchinhas de carnaval que tocava no trompete com sua banda no coreto. “O seu cabelo não nega, mulata...” Ai, como ele se divertia com a gente! O melhor mesmo era quando resolvia tirar o velho instrumento do armário e “dar uma palhinha”. Olhem só, ele ainda dava show particular pros netinhos!!!!
Com vô Dito aprendi ainda a pescar (ele colocava com a maior paciência a minhoca gosmenta pra gente no anzol); a assobiar (lógico que sem seus requintes melódicos); e a gostar de novela. Mesmo quando minha vó não queria deixar as crianças assistirem “àquelas sem-vergonhices”, meu vô dava um jeitinho de colocar a gente na sala de televisão. Com ele não tinha tempo ruim.
Mais uma vez sem medo de cair no clichê, confesso que ele me ensinou principalmente a amar. Quem é que não se emociona ao presenciar um senhor de idade chorando, sem pudor, de pura felicidade, ao rever momentos marcantes de 50 anos de casamento?
E o danado continua a me surpreender. Terça-feira, 21 de outubro de 2008, pouco depois das 13 horas. Em frente ao túmulo florido, Ângelo Lucareli esperou a saída do cortejo para prestar sozinho sua homenagem ao velho e grande amigo. E confessou para mim, minha irmã e minha mãe: “Ele foi um rapaz bom, de coragem. Gostava de ir na frente de todos. E a gente gostava que ele fosse na frente mesmo, porque o Dito sabia o que fazia e sabia como fazia. Tratava todo mundo bem, gostava de tratar todo mundo bem. Esses paralelepípedos onde você pisa agora, aqui no cemitério, foi ele quem mandou colocar. Ainda me lembro quando chegou o pessoal no caminhão, com as pedras para o calçamento”.
E então: não é pra se encher de orgulho???
Autoria: Mariana Garcia Ribeiro Soares da Silva, jornalista, 30 anos. Neta mais velha de Benedito e Juvelina. Filha de Maria Aparecida Garcia Ribeiro e Jayr Soares da Silva. Irmã de Cássio e Bárbara. Prima de Lívia, Renato, Letícia, Luciana, Marília, Gabriela, Érico, Ana Flávia, Rafael, Isaac e Vitor. E da pequena Lara.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Foi-se o tempo de menina...
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Quer, mas não pode
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Separar os corpos
sábado, 20 de setembro de 2008
O novo
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
"(...)a dor e a delícia de ser o que é"
terça-feira, 9 de setembro de 2008
SP
Sempre quis... sempre volto a querer... sempre tenho saudade... sempre amo tanta gente de lá... sempre volto meio vazia e estranha... Por quê?
Alguém sabe responder?
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Por que a vida dividida?
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Distância
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
O curso que não fiz
Já nasci com nome pretensioso. Alegria. Escondida a sete chaves. Se subisse em árvore tinha medo de descer. Virei mulher do padre. Crescia esparramada e teimosa. Faz assim! Não fala alto! Não pode! Resolvi me procurar nessa menina tão distante de Letícia. Dei de cara com um monstro esquisitinho, desengonçado e muito eufórico. Desde então minhas duas verdades dançam por aí. Misturam-se, brigam, refletem. E, por isso, às vezes, dá uma saudade da chave.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
É preciso cantar...
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Hora de parar
domingo, 6 de julho de 2008
Há um bom motivo para não odiar domingo?
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Corpos
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Chicletes, bituca e todo sentimento do mundo...
terça-feira, 17 de junho de 2008
Não podes dançantes
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Cartas
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Estrela torta
terça-feira, 27 de maio de 2008
Vingança mode [off]
Faz uns dias que uma coisa muito importante para mim acabou. Sim, eu sou lerdinha e demoro séculos pra processar tudo. Mas, juro, juro, que não sobrou nada... nem amor nem ódio. Mas enquanto eu ainda estava tristinha e remoendo o passado era tão reconfortante ouvir essa música na voz da Mônica Salmaso...
Vingança (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu)
Lá na beira do roçado,
Onde a tristeza não vem
Eu vivia sossegado
Com a viola do meu lado
Mais feliz do que ninguém
Numa festa no arraiá
Vi dois óio a me olhá
Decidi no improviso,
Ela me deu um sorriso
E comigo foi morar
Nunca mais fui cantador
E a viola descansou
Eu vivia pra cabocla,
Eu vivia pra cabocla
Só pensava em meu amor
Nunca fui feliz assim
Eu mesmo disse pra mim,
Pensei que a felicidade,
Pensei que a felicidade
Não pudesse ter um fim
Mas um dia a malvada
Foi-se embora e me esqueceu
Com um caboclo decidido,
Juca Antônio conhecido
Cantador mais do que eu
Já cansado de esperar,
Desisti de procurar
A cabocla que um dia
Levou minha alegria
Eu jurei de me vingar
Numa festa fui cantar
E a mulata tava lá
Juro por Nossa Senhora
Juro por Nossa Senhora
Que a cabocla eu quis matar
Mas fiquei sem respirar
Quando vi ela dançar
Ela tava tão bonita,
Ela tava tão bonita
Que esqueci de me vingar
sexta-feira, 23 de maio de 2008
O tempo: vampiro do homem
Saía devagar do torpor do sono. Pensava nas alternativas para aquele dia. Estudo ou sono? Um livrinho divertido ou cinema? De repente aquela voz que conhece desde que ainda nem tinha visto a luz do mundo lhe chamava. A notícia já era esperada, mas não podia ser mais triste. De repente o universo tinha virado a cambalhota que tanto ensaiara. E aquela gana de rasgar o bilhete que ganhara ao nascer. Não compreende muito bem o milagre da vida. Acreditar naquela historinha que tanto lhe contaram? Não conseguia mais. Pode ser que isso deixasse seu dia mais respirável. O ar entrava e saia, mas no meio do caminho parecia que se comprimia. Sabe-se lá quando é que vai resolver parar entre o estômago e a garganta... Ficará lá para sempre? As idéias se derretem como sorvete em dia de calor. Persistem por um segundo. No seguinte se esvaiem em um labirinto. A saga da não linearidade. Voltar para aquela dor que primeiro conheceu. Amedronta-se. Esqueceu como tinha planejado pintar a linha do seu corpo. Na verdade, não sabe mais se alguma coisa daquelas fariam-na suspirar em um sorriso. Esmaga-se na lembrança. Culpa-se pelo choro calado mas também pelo riso gritado. O que será que será? Se coxixassem o segredo daquela chavezinha em seu ouvido... Pode ser que seu amigo tenha muita razão ao dizer que pelo menos foi ele quem pagou as últimas duas garrafas de vodka naquela noite despretenciosa. O calor gostoso do gozo e o torpor do álcool ... AHHHHHHHH!
terça-feira, 13 de maio de 2008
Filme antes do fim
domingo, 11 de maio de 2008
Eu: por Mari.
terça-feira, 29 de abril de 2008
Romance adormecido
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Belém
Conto Beira de Rio
terça-feira, 1 de abril de 2008
Chopp, Beatles e Búzios.
Um moço de mochila. Era bem cedo quando trocaram o primeiro bom dia (que não devem ter passado de cinco na história)! Um desencontro.Ele, um ano triste na Ilha ensolarada. Ela, doze meses felizes na cidade cinza. Antecipadamente separados pelo tempo. Felicidade de piscar de olhos.Olhares rápidos. Sala de aula. Estado de exceção. Especismo... Chopp, beatles e búzios. Degrau, meio-fio, escada. Acreditavam que se eles não tinham sido feitos um para o outro, o mundo tinha se encarregado de se adaptar a eles. Viveriam felizes para sempre. Mesmo que o sempre durasse 36 horas. Foi assim! Borboletas e revolução. Os vinte centímetros que antes não faziam sentido. O estado que não existia. Papéis picados afogando a moça. Baldes e baldes coloridos de tinta no cenário de suas vidas. PUF!! A luz apagou. Trânsito, trabalho e todas as mil maravilhas do mundo moderno. As palavras já não eram suficientes para preencher a cama. Freneticamente ansiava por aquele som. Por dias e dias deleitava-se apenas na expectativa de conhecer aquela terra esquisita. Eternecia-se com a idéia de uma mochila tão cheirosa. O até logo dizia cada vez menos logo. Contava inocuamente os dias do calendário. Tic-tac, tic-tac. Chuva, sol. Frio, calor. As linhas cada vez mais paralelas. A mochila encontra um novo ombro. João que amava Teresa que amava Raimundo...
http://br.youtube.com/watch?v=2hG9PsqJGds
quarta-feira, 26 de março de 2008
Dois em um
sábado, 22 de março de 2008
"A menina dança dentro da menina"
A sensação de estar no mundo errado jamais lhe abandonara. Ainda mais amargo era saber-se desajeitada no lugar onde lhe colocavam. Sabe o jogo de achar países? Ela acabava sempre na Espanha, mesmo desejando a França. Quando lhe parece rosa é cinza. Na esperança de o cinza se colorir, joga conversa fora. Vascila e pisa em falso. Volta pra casa com a cabeça desaguando em desentendimento. O animal perfeito esconde-se. Foge. Ela está prestes a matá-lo. Mas ele é bravo como a avó com medo da seca. Um dia, o rosa vem. De novo. Ela sempre desejara um vermelho desconfiado daqueles. Sem provar. Mas lhe parece tão gostoso. Sabe, ela sente o gosto de brincadeira. Daquelas que ninguém está preocupado com a medália. Os gritos pulam da boca das crianças. É como se ela voltasse a acreditar que pode convidar alguém para o gira-gira. Lembra das cores dos olhos fechados? Pode ser que elas existam mesmo sem sol.